Em 2021 estamos completando 40 anos do surgimento dos primeiros casos de HIV no mundo. Até cerca de 30 anos atrás, ter uma sorologia positiva para HIV era o mesmo que ser condenado à solidão pelo preconceito e à morte pela inexistente de tratamentos.
As coisas foram mudando após o descobrimento das terapias antirretrovirais combinadas. A partir daí as pessoas passaram a viver mais, porém a grande quantidade de comprimidos e a toxicidade das drogas comprometiam a qualidade de vida dos pacientes.
A evolução dos antirretrovirais foi marcante nos últimos 20 anos, o que revolucionou a realidade das pessoas que convivem com o HIV, porque os tratamentos passaram a ter poucos comprimidos e pouquíssimos efeitos colaterais. Com o tempo observamos que quanto antes se faz o diagnóstico e se inicia as medicações, melhor e mais longa se torna a vida dos infectados.
A ONU criou, em 2015 a meta 90 - 90 - 90. Ela estabelecia que até 2020 90 % dos infectados no mundo estariam diagnosticados, destes 90% estariam em tratamento regular e destes 90% teriam carga viral indetectável. Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% têm carga viral indetectável.
A maior dificuldade é convencer as pessoas da importância de se testarem. Quando alguém descobre ter o HIV antes de desenvolver doença e começa a ser tratada, essa pessoa não conhecerá o que é a AIDS, não mais transmitirá o vírus por via sexual e, muito possivelmente, terá uma vida feliz e produtiva.
A próxima meta da ONU é a 95 - 95 - 95 para 2030. Precisamos do engajamento de toda a sociedade para encorajarmos as pessoas a se testarem periodicamente a fim de reduzirmos a velocidade do avanço da epidemia.
Dr. Ricardo Rosário Fonseca – INFECTOLOGISTA - CRM: 13975 BA
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